Testemunho!!

Eu já falei aqui.... mas.... irei refrisar.... nessa minha longa caminhada de quase 15 anos tentando ter um filho... eu e o marido, fizemos alguns "compromissos" com Deus, quando tivermos nossos babys... alguns deles são:
1 - se for menina, chamará Ana;
2 - se for menino, chamará Samuel;
3 - eu irei testemunhar aos 4 cantos deste mundo o milagre que Deus fez na minha vida;

E... quando chegar minha vez de testemunhar, eu quero tbém contar com os blog's das minhas amigas pra dizer um pouco do que ja passei, sofri + venci! Quero ajudar outras pessoas!

Pensando nisso...

Hoje, quero compartilhar com vcs uma história de uma guerreira, que batalhou, lutou, sofreu e venceu, minha amiga: "Leticia"

Essa história  foi publicada no site Vida de Gestante:
http://www.vidadegestante.com.br/leitor-a-historia-de-leticia/

Primeira gravidez: Em 2008 fiz uma viagem com meu marido pra Alemanha. Como eu tomava anticoncepcional injetável e lá não fazem aplicação nas farmácias sem prescrição de um medico alemão decidimos parar de tomar e tentar engravidar. Neste ano completávamos 2 anos de casados e era o tempo que queríamos esperar mesmo pra ter o primeiro baby. Sempre planejamos ter um bebe nosso e adotar outro em seguida. Achamos que isso é nossa função social. Bom, como tomava anticoncepcional há mais de 10 anos eu achava que iria demorar, mas pro nosso espanto 2 meses de tentativas e veio meu positivo. Que alegria!!! Aí fizemos a primeira ultra com 5 semanas e tudo bem. Nesta fase ainda é normal não ver batimentos cardíacos do bebê. Na segunda ultra com 9 semanas, nada de coração batendo, ou seja, aborto retido. Meu mundo acabou naquele instante! Que dor! Que medo! Que raiva!!!
Pra aumentar mais ainda minha dor, a GO que eu passava não queria fazer a curetagem e queria que eu esperasse pra abortar naturalmente. Mas só eu sabia como era ter um filho morto dentro de mim. Filho sim, por que por mais que os médicos chamem de embrião, feto etc pra mim sempre foi meu filho…meu bebe…
Começou aí minha saga atrás de um medico que me entendesse e fizesse minha curetagem. Fui ao Hospital São Luiz e lá conheci um anjo. Ele aceitou meu caso e no dia seguinte pela manhã fez minha aspiração (procedimento menos invasivo que a curetagem).

Segunda gravidez: Esperei 6 meses depois do aborto e o médico me liberou pra tentar novamente. Aí novamente no segundo mês de tentativa eu engravidei. Fiquei feliz, mas com medo…A história se repetiu. Outra vez internação e aspiração. Aí o médico me recomendou procurar um medico especialista em reprodução humana. Foi aí que descobri uma trombofilia, FAN alto e cross match negativo. Tomei as vacinas de ILP e “positivei” o crossmatch. Fui liberada pra engravidar e após 7 meses de tentativas e nada de positivo resolvi consultar outro medico renomado daqui de São Paulo. Foi aí que descobrimos uma sinequia. Fiz uma histeroscopia cirúrgica pra extrair e ficou tudo livre novamente. Fiz indução com Gonal F e coito programado aí….

Terceira gravidez: Engravidei novamente. Fiz minha primeira usg com a própria medica que estava me acompanhando com 5 semanas e estava la o saco gestacional. Que alegria. Já estava tomando Clexane, AAS, corticoide e ultrogestan desde as tentativas. Tinha tudo pra dar certo. Só que eu estava sangrando mto, aliás, descobri a gravidez por que estava sangrando mto e nem achei que estava grávida. O sangramento não parava e fui obrigada a ficar de repouso absoluto ate segunda ordem. Com 7 semanas o sangramento aumentou muito e fui ao PS. Chegando la, uma noticia mudou tudo: Eram Gêmeos!!!! Meu Deus! E como essa medica não viu isso la na primeira ultra? Fiquei muito confusa, mas estava tão feliz que só pensava que os meus dois filhos que Deus tinha levado estavam de volta na minha barriga e de uma vez só! Poxa…
Aí com 10 semanas um dos bebes morreu. Quase morri junto. Parecia que meu castelo de cartas estava desmoronando outra vez. Junto com isso tive a noticia de que estava com incisura bilateral, o que é comum desde que passe ate as 23 semanas de gestação. Minha medica decidiu aumentar a dose de heparina e seguimos na luta. Nessa fase já tinha inchado tanto por causa do repouso e do corticoide que estava com 12 kg a mais. Meu corpo estava cheio de estrias vermelhas, mas eu nem ligava. Minha barriga era toda roxa por causa das injeções diárias que tinha que tomar nela, mas eu só queria saber do meu filho ficar bem! Estava confiante…
Foi aí que com 21 semanas a coisa piorou e com 23 semanas fui internada com ausência de diástole no cordão umbilical e crescimento restrito do meu bebe. Fiquei internada 21 dias e meu Davi nasceu com 27 semanas e 2 dias. Como era prematuro extremo nasceu com a válvula do coração aberta e passou por uma cirurgia. Não agüentou a recuperação e faleceu, depois de 9 dias de UTI neo. Eu quase enlouqueci de tanta dor! Fazer o enterro do meu Davi foi como uma punhalada no meu coração. O pior dia da minha vida…
Chegar em casa e tirar as coisinhas dele, o berço, as roupinhas etc tudo isso era um castigo sem fim. E castigo por que?

Começou a saga em busca do medico que descobrisse meu problema. Fui pro Rio de Janeiro me consultar com uma hematologista bam bam bam e ela teve a coragem de me dizer que eu não tinha nada, que não precisava de nenhum remédio. Que apenas precisaria fazer caminhada regularmente e voltar la no consultório dela com 18 semanas de gestação. Ela disse que eu tinha resistência a insulina, coisa que eu nem cogitava.

Voltei pra São Paulo muito intrigada e me afundei na academia pra emagrecer os 26kg que adiquiri na gravidez e também pra poder pensar melhor no que fazer. Comecei a pesquisar nos meus livros de medicina (sou nutricionista) e em sites com artigos e pesquisas na área medica e que falassem em abortamento de repetição e trombofilia. Foi aí que, revirando meus fichários de exames, percebi que tinha um componente genético muito reagente num dos exames (o FAN) e que indicava alguma provável doença auto imune. Fui numa reumatologista pra pesquisar lúpus, artrite reumatoide etc etc etc e fiz mais milhares de exames. Conclusão: Nada.

A pesquisa continuava. Busquei outro médico, que é imunologista da reprodução e ele sugeriu que refizesse as vacinas ILP, por que o “positivo”de antes não era tao positivo assim. Tomei as vacinas, mas ainda achava que havia algo errado e que eu ainda não tinha descoberto. Pesquisando li muito sobre hiperatividade das células Natural Killer e a ligação com o FAN. Sugeri isso pro médico mas ele afirmou que não seria meu caso. Mesmo assim eu bati o pé e pedi pra fazer esse exame. O exame custava R$500,00, mas eu precisava fazer pra ter certeza que aquele não era mesmo meu problema. Era minha ultima ficha.

20 dias depois a secretaria do médico me liga, abismada, dizendo que o resultado do exame havia saído e que eu tinha hiperatividade. Meu Deus!!! Precisei me apoiar naquele momento…quase desmaiei. Naquele momento senti que havia encontrado a solução e que tudo daria certo. O tratamento era feito com imunoglobulina humana aplicada na veia. Era 5 sessoes, cada uma custava R$8.000,00. Consegui a medicação pelo SUS e comecei o tratamento. Engravidei no mês seguinte.

O diagnostico ficou fechado em Trombofilia + Hiperatividade das células Natural Killer. O tratamento da trombofilia foi feito com injeções diárias de clexane na barriga e o tratamento da hiperatividade das NK foi feito com imunoglobulina humana.

Tive uma gestação tranquila e abençoada por Deus. Maria Luiza nasceu 05/12/2011 medindo 47cm e pesando 3,125kg, apgar 9/9 e super linda e saudável.

Sinto falta do meu filho Davi todos os dias. Vou ao cemitério mensalmente pra visitar o tumulo dele e rezar. Mas posso dizer que sou feliz, por que tive a oportunidade de ser mae novamente, e dessa vez Deus não levou minha filha de volta.

Leticia e Malu